A Definição do "Belo". Curta-Metragem produzido a partir de base cinematográfica do ItaúCultural. Produção: Júnior Lima.
O Texto que se segue é uma anedota pluri-conceitual, diz muito acerca desse "Curta-Metragem" apresentado acima. Ei-lo:
Dois amigos, influenciados pelo "jeito elite de ser" de uma turma de profissionais liberais vão ao museu acompanhar uma exposição internacional sobre a vida e a obra de Leonardo da Vinci:
Galeria à dentro, os dois observavam os visitantes (em sua maioria senhores e damas de aspecto grave e culto) confiscando-lhes as poses e comentários que eram colocados em face de cada obra.
Depois de algumas voltinhas pelo museu, os dois já sentiam-se capazes de emitir pareceres sobre os traços lúdicos de uma obra, sobre a penumbra de outro afresco e sobre a profusão de cores obtidas em perspectiva.
Por entre esculturas, afrescos e pinturas, as galerias eram exploradas de tal forma, que os dois já eram flagrados na tradicional postura de contemplação:
-Braço cruzado sobre o peito, mão estendida até a altura da fronte ociptal e o consequente ar de sublimação…
Ao final daquele empreendimento "vip", quando os dois já se preparavam para deixar o "templo", um deles se deteve diante daquilo que ele julgava ser uma "obra-prima":
-Um tecido opaco, com matizes escurecidas, erguido por uma haste de madeira com inserções de fibra na base.
"Maravilhado", arriscou então um comentário:
-Note-se o traço sombrio a partir do qual o autor denuncia a penumbra do homem moderno. Pretendeu ele, dessa forma, retratar o ostracismo em que o artista se recolhe, elegendo como "pano de fundo" a necessidade de "varrer " a alienação das sociedades de consumo.
Ato contínuo, aproximou-se o funcionário do museu responsável pela faxina e recolheu a "obra-prima":
TRATAVA-SE, NA VERDADE, DE UM SIMPLES PANO DE CHÃO ESTENDIDO SOBRE O CABO DE UMA VASSOURA!
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