COMISSÃO DA VERDADE: UM EUFEMISMO PARA O REVANCHISMO CIVIL.

O Que pode a Verdade Nua e Crua contra o prestígio cintilante da Mentira?

A Frase, de Anatoly Franz, ilustra bem a situação sobre a famigerada Comissão da Verdade: "Lobos desnudos" (indígnos da metáfora de ovelha) e que só enxergam o seu lado da História. Eles a contam conforme a sua verdade, depois de silenciar qualquer outro fato que não o a serviço da conveniência.

É demasiado nocivo para a história de um povo quando as versões sobre o fato são mais importantes, e verídicas, do que o próprio fato.

Essa é a História de 64. Acontecimento que é um mito na História do Brasil.

Poucos sabem de fato o que de fato aconteceu. Poucos podem, de fato, realmente contá-la sem esconder sua mão suja e velhaca.

São muitos os ladrões de banco e promotores de atentados que hoje levantam sua voz suja de sangue contra qualquer um que vista farda.

Suas Verdades são os velhos argumentos provincianos de luta pela democracia, de luta pela sobrevivencia contra a dureza do "regime de ferro". 

"Balela". Tudo mentira!

No fim, só nos resta o revanchismo e a cólera de um povo ignorante e senil, que quer recontar sua história à velha moda tupiniquim: 

Mentindo e OMITINDO! 

Homens que a Morte não Consegue Calar

Renato Russo

"Encontra-se sempre, aqui e ali, algum Semi-Deus que consegue viver em condições terriveis, e viver vencedor. 

Quereis ouvir o seu canto solitário?

Escutai a Música de Beethoven!" (Friedrich Nietzsche)

Nietzsche, o filósofo alemão, dá a definição definitiva de homens como Beethoven. Hoje, quero roubar dos alemães essa que, pra mim, é a única maneira de traduzir a vida e a obra de Renato Manfredini Júnior, o nosso Renato Russo:

"Encontra-se sempre, aqui e ali, algum Semi-Deus que consegue viver em condições terriveis, e viver vencedor. 

Quereis ouvir o seu canto solitário?

Escutai a Música de Renato Russo!"

Figura complexa. Inegavelmente espiritualizada, que formou em torno de sí uma indissociável ideia de idolatria e verdade messiânica, embora detestasse a expressão.

Se estivesse vivo, Renato completaria hoje, 27 de Março, 52 anos de idade. À frente da eterna Legião Urbana, Renato trilhou um caminho que fez dele, o antes menino tímido "de Brasília", um ícone de toda uma geração. Ou melhor, um fenômeno raro de imortalidade, já que sua morte, em Outubro de 1996, nem de perto conseguiu silenciar a voz potente do maior cantor e compositor do Rock nacional.

 

Escrever sobre Renato, pra mim, é difícil. Raramente me arrisco a fazê-lo. Tenho uma reverência incrivelmente intimidadora em relação a ele. Legião Urbana, a banda que me ensinou a ser mais que um livro velho na estante da escola, me faz entrar em transi, quase sempre. Ao mesmo tempo que liberta meu pensamento em relação ao mundo, me deixa pequenino e frágil diante de um de seus discos:

Culpa do Renato e suas letras perturbadoras, fortes e indescritivelmente atuais.

Dizer o quê desse cara?

Sei lá. Mas talvez sirva lembrar que a morte provavelmente seja apenas uma menina frágil e impotente diante de pessoas como ele, para as quais esse mundo é  mais do que um disco na parede. Afinal, é o próprio Renato quem dizia: 

"Não adianta nada ter um disco de platina na parede se você está sozinho"

Valeu RENATO....

26 DE MARÇO: ANIVERSÁRIO PÓSTUMO DE BEETHOVEN!

O Gênio é indelével, diria eu mesmo.

Assim, nada tão óbvio quanto a necessidade de lembrar, hoje, 26 de Março, a data póstuma de Beethoven.

Só mesmo um acontecimento dessa magnitude para me assaltar do ostracismo e imersão solipsista dos últimos dias.

Beethoven! O Gênio: O Mundo visto dos Céus...