Min. Joaquim Barbosa, Presidente do STF |
A revista "Time" divulgou hoje, a lista
das 100 Pessoas mais influentes do Mundo.
A Surpresa (agradável surpresa), fica por conta
da inclusão de Sua Excelência, o Ministro Joaquim Barbosa, Presidente do STF,
no honroso index da poderosa revista americana.
Joaquim Barbosa "simboliza a promessa de um
novo Brasil", sentenciou a publicação estrangeira.
Na verdade, Joaquim Barbosa é mais um daqueles
raros casos em que uma força inexplicável vem a socorro de uma sociedade que
parece estar à beira da esterilidade referencial, fenômeno social caracterizado
pela impressão tangível de escassez dos referencias éticos e "bússolas
morais" responsáveis pela fixação dos valores que indicam os limites e a
saúde moral de uma sociedade.
Não que a eminência jurídica homenageada seja a
reprodução infalível da perfeição, da ponderação e da justiça presumida. Longe
disso. Barbosa é só um homem, e apenas isso!
Mas é justamente por essa medida de humanidade,
que se lhe é dado trafegar do erro ao acerto, e vice e versa. Destemperado para
alguns, colérico para outros, a verdade é que Joaquim Barbosa, provavelmente,
seja só o reflexo da impaciência que a falaciosa dialética da diplomacia
desperta nas pessoas que conseguem enxergar certas "preliminares"
jurídicas como um mero prólogo para a omissão da Justiça.
Se ele é negro, mulato, pardo ou mestiço, pouco
me importa. Na verdade, essa história de primeiro presidente negro, pra mim, é
só conversa fiada. É pretender reduzir o caráter de um homem a um simplório
pano de fundo da discussão eterna de falsos moralismos. Barbosa é o que é por
sua virtude, honra e mérito (únicos parâmetros para se "julgar" o
homem). O Mais notável em Joaquim Barbosa, e o que de fato deve ser comemorado,
é a corrente de dignidade e virtude que ele tem, indiferentemente de suas
pretensões ou manejo, disseminado na sociedade.
Se já há algum tempo, temos ouvido de alguns
garotos, desiludidos com a derrocada de referenciais vocacionais (policiais,
bombeiros, médicos, professores e etc.), e provavelmente estimulados pela
eleição equivocada de valores sociais contemporâneos (drogas, prostituição e
libertinagem) que seu sonho era ser bandido, ou mais precisamente Traficante,
agora podemos comemorar o fato de que, por aí, já se pode ouvir, ocasionalmente,
um "Mamãe, quero ser Juiz!".
De fato, "Senhor Presidente",
não pode haver maior contribuição cívica e republicana que a prestada por
Joaquim Barbosa.