“É muito melhor se arriscar por coisas grandiosas, alcançar triunfo e glória, mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito, que não gozam muito e nem sofrem muito, porque vivem na penumbra cinzenta que não conhece nem vitória nem derrota.”

Theodore Roosevelt

domingo, 7 de agosto de 2011

A POLÍTICA E A DICOTÔMICA "FRAQUEZA CIVIL".

Ex-Ministro da Defesa Nelson Jobim















"Reis e Peões. Imperadores e Tolos."

Esta é a frase com a qual  Napoleão Bonaparte, na "obra" de Alexandre Dumas, ironiza as relações sociais sob o enfoque da correlação entre os opostos, mais precisamente, na curiosa dependência entre os extremos: Fortes e fracos, ricos e pobres, senhores e escravos.

Assim é, na vida, as relações sociais mais comumente reproduzidas ao longo da história. É assim que o descreve Marx em sua luta de classes.

Na política, não é diferente.

Força e fraqueza, aqui, estão intimamente ligadas à conquista e à manutenção do poder. Geram a mais conhecida e tangível relação de extremos sociais:  a de Governo e governados.

Ele, o governo, talvez seja a mais perfeita encarnação da força (geralmente o governo é a própria força), em contraponto às massas sociais, extremo de fragilidade e de debilidade dessa relação.

Em seu Leviatã, Hobbes pontuou iconograficamente esse flagelo. E assim é a política. Eterna tensão pela conquista e manutenção do poder.

Na historia da humanidade, essa tensão é, via de regra, a causa e, curiosamente, o efeito das ações do governo.

O Caso do Ministro Jobim registra bem essa anômala relação causa-efeito..

Jobim, ex-ministro da defesa, encarnava bem o papel sugerido pela pasta. Chegou a "vestir" farda, endureceu seu discurso político e passou a representar, de uma forma ou de outra, através da pasta da defesa, uma sólida coluna de força do governo. A Defesa, então, deixou de ser um posto de tenencia e de "políticos fraquinhos" para encabeçar a política nacional. Voltou, enfim, a ser o assunto do Estado.  

Jobim bebeu da fonte, e se encantou.
Passou a criticar seus colegas da esplanada, ditos mais frágeis, menos incisivos. Segundo ele próprio, os "fraquinhos".

Esse entrevero ideológico, entretanto, custou sua saída do governo. Mas Jobim deixou seu recado.
Curioso é que, à revelia de um latente sentimento de desconforto com a postura de Jobim, parece-me que, de fato, o governo levou a sério e considerou, e muito, essa necessidade de pulso, de força, celebrada pelo ex-ministro. 

Na mesma semana da degola de Jobim, recheou o Departamento Nacional de Infra-estrutura Terrestre-  DNIT, de altos militares, que passaram a ocupar a cúpula do órgão federal, em crise moral e de probidade desde os recentes episódios de corrupção e exoneração em massa dos antigos chefes da pasta. A Troca, numa clara e desesperada tentativa de recuperação moral do DNIT contrasta com a genérica e enraizada ideia da sociedade acerca dos militares, que tem contra sí, um antigo e idiota revanchismo civil alimentado por gente que não leu, direito, a história do país.
 
É Curioso observar que os militares, notoriamente achincalhados, como Instituição, por qualquer deslize isolado de um de seus membros, são, SEMPRE, o achado perfeito para a solução das crises.
É Curioso inferir que o militar, que segundo a lógica civil brasileira, é sinônimo de abuso de poder, de corrupção, de propina e de violência, seja SEMPRE uma espécie de remédio moral para a nação.
É Curioso como gostam de achincalhar os militares, seus modos, rotinas e "hábitos", quando o que se vê, na verdade, são pessoas que, ao mesmo tempo em que reproduzem, por osmose, o discurso hipócrita de "que a farda modela o corpo, mas atrofia a mente", na primeira oportunidade que se lhe apresentam, adoram colocar um uniforme militar e envergar a indumentária castrense.

Jobim é só mais um que trocou o terno pela farda. Nesse caso, a Toga pela farda.


O Brasil é um pobre menino "militardependente".

A reação da presidente Dilma para solucionar a crise do DNIT, é um claro esboço dessa dicotômica fraqueza civil narrada por Jobim.

Com essa nova composição do DNIT, nos termos em que foi providenciada, acentua-se a ideia de que existe, de fato, uma dependência da sociedade em relação às  Instiuições Militares, que, queiramos ou não aceitá-lo, na atual conjuntura de perversão moral  da política e dos valores socialmente aceitos, representam uma espécie de ultima ratio da lei, da ordem, da hierarquia, da eficiência e da disciplina, princípios que, no Brasil, são facilmente trocados por favores políticos.
 
Os militares, de novo, vão salvar o País?

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