“É muito melhor se arriscar por coisas grandiosas, alcançar triunfo e glória, mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito, que não gozam muito e nem sofrem muito, porque vivem na penumbra cinzenta que não conhece nem vitória nem derrota.”

Theodore Roosevelt

quarta-feira, 10 de abril de 2013

O SENADO E A REPÚBLICA DOS CÍNICOS


É Engraçado como algumas coisas são estabelecidas neste país, como diria o Ministro Joaquim Barbosa, "leis são criadas e votadas ao pé do ouvido e na surdina do parlamento".


Explico:

Assisti hoje (10/04/13), com espanto, a maneira trivial e vã como a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, a "Câmara Alta" do país, apontava seu dedo sujo contra a espoliada polícia brasileira. Desta vez, em votação (mais um) projeto de Lei que prevê obrigações, sanções e retaliações para um órgão que já carrega esse maldito país nas costas, seja fazendo mágica para conseguir funcionar com esse lixo de estrutura organizacional que lhe é vomitado, seja suportando o fardo da cólera (irrefletida) da sociedade, a Polícia sempre está lá, pronta para levar o próximo tapa na cara pelo não funcionamento do sistema.

Mas vejam, querem, agora, punir as autoridades policiais pelo ocaso da Lei Maria da Penha. De fato, a Polícia deixa a desejar no atendimento destas mulheres. Isso é óbvio. Delegacias que mal acomodam seus funcionários, repartições e Quarteis em que, (pasmem), as funcionárias precisam ir até suas casas se quiserem realizar qualquer ato de higiene pessoal nunca vão acolher decentemente nenhuma mulher e NENHUM SER HUMANO. Será que nossos senadores já visitaram uma Delegacia de Plantão? Um Quartel Interiorano, nos confins do Brasil?  Acredito que não, e é óbvio que não conhecem essa realidade (ou talvez a ignoram). O Que não parece tão óbvio para o Congresso é que a desídia da Polícia não é apenas uma mera opção funcional pelo desleixo, pelo descaso para com as vítimas da violência doméstica, mas sim uma condição de fraqueza e impotência em função da debilidade de um sistema penal e jurisdicional que está sendo sufocado por leis frouxas, estabanadas, lenientes e, sobretudo, em descompasso com a realidade das Instituições encarregadas de aplicá-las. O Problema da Polícia é que ela foi esquecida pelo Estado, e só é lembrada em ocasiões como essa, pra apagar incêndios. Ofício ingrato num país em que os próprios políticos vivem com um balde de gasolina na mão e um palito de fósforo no bolso!

Talvez nosso Congresso queira mesmo que, com a aprovação dessa Lei, cada policial desse país leve uma vítima da violência pra casa, ou que cada policial, em vez de folga e descanso, se prostre diante da casa das vítimas da violência doméstica.

É Fácil cuspir na Polícia. É fácil votar essas leis "bonitinhas", simpáticas aos ouvidos dos alienados. Difícil, meu amigo é fazer o papel da Polícia: cumprir essas leis mentirosas que estão diametralmente opostas às condições logísticas, operacionais e legais que são impostas a ela.

Curioso que quando se fala em melhoria salarial para a Polícia ou em otimização de suas condições de trabalho, não se vê nenhuma mobilização ou "boa vontade" desses "congressistas de verão".

Se alguem acredita que vai mudar alguma coisa, está enganado. Se você, mulher, acredita que vai ter sua vida poupada, é melhor começar a rezar.

Leis que culpam a Polícia pelos erros do governo e as falhas na estrutura do Estado são as piadas mais sem graça que o Congresso costuma contar para seu povo idiota, ignóbil e politicamente alienado.

País medíocre esse Brasil!

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