“É muito melhor se arriscar por coisas grandiosas, alcançar triunfo e glória, mesmo expondo-se à derrota, do que formar fila com os pobres de espírito, que não gozam muito e nem sofrem muito, porque vivem na penumbra cinzenta que não conhece nem vitória nem derrota.”

Theodore Roosevelt

domingo, 10 de julho de 2011

A "DANÇA" DOS MINISTROS E A DISTORÇÃO DA REPÚBLICA

Os Litores levam ao Cônsul Brutus os Corpos de seus Filhos
Este é um óleo sobre tela do francês Jacques-Louis David.

David foi pintor oficial da corte francesa no século XVIII, servindo, tambem, num segundo momento, à Napoleão Bonaparte.

Jacques-Louis David foi um expoente do neoclassicismo, movimento cultural de forte interesse pela cultura da antiguidade clássica. Seus quadros, como o acima, retratam a história e os princípios filosóficos daquele período, motivo pelo qual, pode-se aferir, apresentam um considerável contorno político.    

Neste seu trabalho, David aborda um episódio da Roma Antiga, no qual Brutus, o consul romano, depois de conhecer um estratagema de seus dois filhos para derrubar o governo, ordena suas sentenças de morte.

Aos olhos de nossa modernidade política, o fato é mais uma tragédia que um ato heroico. Na verdade, seria trágico, se não estivéssemos falando da República.     

E esse é um feito eminentemente republicano: A res pública, entendia Brutus, não deve ceder às predileções pessoais, tampouco às paixões do sangue. Se alguem tramou contra o "Estado", deveria morrer em prol da preservação e segurança do próprio Estado.

Brutos, na figura de David, exprime, de forma sutil e máscula, toda sua dor pela morte dos filhos. O Faz de forma comedida, serena e sóbria. Como homem público não poderia fazê-lo de outra forma.

A República exige sacrifícios.

Comparar a abnegação dos romanos e de outros povos antigos, com nossa renegada e distorcida concepção da República é quase um sacrilégio.Sinceramente, acredito que nosso homem público não passa de um pífio manobrador do sistema.

Não há, entre nós, um só político que tenha tomado, efetivamente, a República como ela verdadeiramente é.

A "dança das cadeiras" no governo Dilma é uma prova disso. Mal iniciou-se o governo e alguns dos seus principais ministros já foram paulatinamnete ostracizados. Todos eles, por uma, digamos, incompatibilidade com a coisa pública.

Um ostracismo, entretanto, à contragosto da Presidente Dilma. 

Nota-se, que cada vez mais, essa misteriosa "boa vontade" dos nossos dirigentes em tolerar atos anti-republicanos dos deputados, senadores e é claro, dos ministros, não se interrompe. A Leniência da "justiça civil" no nosso País é indiferente às "sensações", ao frenesí causado pela inaptidão republicana gerada pelos deslizes do nosso homem público.

Dilma, como se sabe, não "decaptou" seus filhos (os ministros), por vontade própria. Ao contrário, os manteve até que a situação, em sí, de extremo desconforto, cuidasse em expurgá-los do governo.
 
Uma  compulsão de paixões pessoais, de predileções e favoritismos parece ter se instalado, eternamente, no Brasil. 

A abnegação de Brutus, sua civilidade política, é o princípio que, parece-me, distingue não apenas as instituições romanas das instituições no Brasil, distingue, na verdade, os cidadão de lá dos cidadãos daqui. Aqueles eram, de fato, cidadãos. Os nossos são, quando muito, "lobos" no papel de cidadãos. 

     

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